quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Dia 23 - Pantanal

O dia amanheceu com cara de que seria ensolarado como todos, porém logo nos primeiros momentos mostrou-se friozinho e chuvoso. Aquele dia perfeito para ficar acolhido no hotel... e, para alegria do corpo que pedia descanso (pelo menos o meu), foi isso o que ocorreu na parte da manhã.

Já durante o café, descobrimos com euforia que alguns jacarés se hospedavam no rio que passava pelo hotel, não foi difícil perceber que isto se deve ao fato de encontrarem comida fornecida pelos turistas do local... Fascinados com a presença daqueles animais, fomos surpreendidos pela chegada exuberante de um tuiuiú e um carcará (também atraídos por refeições gratuitas e de fácil acesso). Estes animais de rara beleza nos renderam muitos flashes pela manhã.

No período da tarde participamos de uma palestra de Cátia Nunes da UFMT, que junto com alguns colegas de trabalho veio até o hotel, já que nosso ônibus ainda não tinha dado sinal de vida, o que impossibilitava nosso deslocamento para onde quer fosse.
Após esta palestra nos dividiríamos em dois grupos para conhecer algumas paisagens pela transpantaneira, o grupo1 iria primeiro em um pequeno “caminhão” cedido pelo hotel até sua fazenda e este voltaria para pegar o grupo2, já que não cabíamos todos no veículo. Infelizmente, devido ao mau tempo, o segundo grupo que aguardava no hotel ficou de fora da atividade. Pode parecer um ato um pouco egoísta, mas agradeci profundamente ter ido no primeiro grupo...

O caminho pela transpantaneira foi incrível, pude ver e sentir o significado da palavra biodiversidade, esse conceito que já não tem nada de vazio ficou até mágico olhando a paisagem do Pantanal. Em contraste com a paisagem fofa, branca, homogênea e infinita do algodão, vista nos dias anteriores, naquele lugar nada parecia ser igual. Tive a impressão de que cada folha era diferente da outra, cada pequeno espaço filmado pelo olhar tinha uma característica singular. E esta paisagem, também infinita aos olhos, agora tinha o sopro da vida mais exuberante e exótica.



A chegada à fazenda não poderia ter sido mais perfeita, um funcionário – e guia local – do hotel tinha nos preparado bolinhos de chuva! Foi ótimo comer bolinho de chuva, em dia chuvoso em uma fazenda no Pantanal, dentro deste contexto eles ficaram até mais gostosos do que os preparados por qualquer avó, tradicionais guardiãs desta receita.

Quando os bolinhos acabaram, recebemos a honrosa visita de Marroco, um filhote de veado-campeiro que costuma passear pela fazenda e gentilmente aceitou nossos carinhos. Aliás, ele não se assustou nem com a chuva de flashes e nem mesmo com o alto e fino grito “não tira com flash senão ele foge”, dado por Clenes em seu particular momento de emoção, justamente repreendido por Marina...

Voltamos para o hotel quando já havia escurecido, tentando nos esconder da chuva no pequeno caminhão que só tinha o teto coberto, como esta tarefa estava muito difícil, foi preferível ouvir Guillaume tentar cantar hinos do futebol brasileiro.
A noite seguiu-se com trabalhos tão intensos quanto a alegria e as brincadeiras de Florian, que incomodou algumas pessoas que estavam em seus momentos de repouso noturno...

Escrito por Carla Moura

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