segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia 11/07 SORRISO



foto de Cecília Bastos

Oi gentem... vou falar para vocês um pouco de como foi a nossa passagem por Sorriso e a minha opinião em relação a alguns episódios.
Bem... para começar vou lhes informar sobre o critério utilizado para a escolha da cidade que eu me debruçaria a relatar no blog.
Imaginei Sorriso... uma cidade cheia de energia... pulsante... como um Sorriso. É inegável a existência de um certo encantamento com o nome e a graça que a cidade desperta.
Fomos muito bem acolhidos em um simpático hotel, comemos uma pizza de metro - que não perdeu em nada para as de São Paulo.
Enquanto tudo estava na órbita de uma boa anfitriã... Sorriso nos sorriu!!!
Enfim... saímos para o campo, para conhecer a realidade das grandes propriedades - fomos à Santa Maria da Amazônia, uma imensa propriedade... especializada no plantio de soja, milho e na pecuária. Assim mesmo... nesta ordem! Agronegócios de ponta!!! Não pretendo entrar em detalhe do tamanho da propriedade... quantidade de gado no pasto, área de plantio.... Uma propriedade faraônica, acredite. O que nos causa um certo constrangimento por saber que em nosso país as pessoas possuem a quantidade de terra, tanto quanto possam pagar por elas ou ... deixa pra lá!!!! A MP está para socorrer quem precisa!!!!
Gentilmente fomos recebidos com churrasco e apresentados a dois políticos da região, inclusive o presidente da Câmara de Vereadores que, se encarregaram em nos fazer um discurso político extremamente preocupado com a possível visão dos visitantes estrangeiros quanto às questões ambientais, digo, áreas de reserva legal e mata ciliar.
Também fomos apresentados a um projeto dirigido pelo Sr. Darci, o proprietário da fazenda. A intenção é boa... mas como diz o ditado popular “de boa intenção ... “, enfim conhecemos o CAT – O Clube Amigos da Terra de Sorriso, que em seu documento de apresentação, assim como, a apresentação verbal, visa orientar seus membros condutas de plantio de forma a manter preservadas as áreas de APP e mata ciliar e sobre a recuperação das áreas degradadas.
O clube na verdade é uma ONG patronal com o apoio da Prefeitura da Cidade de Sorriso, visando atender as fazendas associadas. Percebi uma preocupação muito evidente, até onde pude entender, de levar ao conhecimento do mundo, os potenciais compradores de seus produtos, o quanto estão preocupados com o meio ambiente, interessados em cumprir a legislação e, pasmem, os proprietários associados a ONG – Amigos da Terra de Sorriso, estão também preocupados com o que poderá vir a ser praticado pelas crianças de Sorriso no futuro. Por isso, em parceria com a Prefeitura, prepararam cartilhas educadoras a serem distribuídas nas escolas públicas e particulares sobre o tema “mantendo o sorriso vivo”.
Vale a pena lembrar que, as cartilhas provavelmente não foram revisadas, pois possuem erros grosseiros de conceitos ambientais, que pouco contribuíram para a educação das crianças e adultos de Sorriso.
Enquanto suposta mensageira dos proprietários afiliados ao CAT de Sorriso, quero dividir com os leitores deste blog que os fazendeiros os esforçam ao máximo para recuperar suas áreas degradadas, gastando cerca de R$ 4.000,00 por hectare. Detalhe.... sem assistência do Estado.
Como pode o Estado não lhes garantir o mínimo de condições para cumprir a lei? Afinal... são pessoas como a maioria dos brasileiros carentes de ajuda do Estado!!!
Você acha que um proprietário com 190.000 hectares de terra, realmente precisa de ajuda para recuperar a área de reserva legal que, por ambição, foi destruída para lavoura?
Estou pensando em encampar uma ampla frente de apoio aos proprietários de Sorriso que precisam de ajuda do Estado para a recuperação de suas áreas de reserva legal.
Vamos lançar aqui no nosso Blog, em total solidariedade aos megas produtores brasileiros de soja, milho, biocombustível e pecuaristas o programa CPCRL – Contribuição Provisória aos Carentes de Reserva Legal. A sua contribuição é muito importante para o setor!!!!

Clenes Louzeiro
Graduanda em Geografia pela USP




O quinto dia de viagem marca nossa entrada na famosa BR 163, que felizmente não fez jus à fama. Ao que parece, partes da estrada foram reforçadas para escoar milhões de toneladas de soja e demais produtos, portanto a viagem contou com menos surpresas do que se esperava. Das partes mais altas da BR pudemos ver a depressão cuiabana, pouco antes de visitarmos a Vanguarda do Brasil, a caminho de Sorriso. A Vanguarda é uma empresa exportadora de algodão principalmente para o mercado têxtil da China. Talvez alguns de nós já tenha visto o algodão da Vanguarda por aí, na forma de produtos de origem chinesa. Vale ressaltar que essa produção dá lugar à da soja em certos períodos, o que nos soará bastante familiar pelo menos até o município de Alta Floresta, afinal, ao sairmos da Vanguarda passamos por Lucas do Rio Verde com destino a Sorriso, o município que mais produz soja no Brasil.

Por Daniel Rondinelli Roquetti

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