quinta-feira, 30 de julho de 2009

Dia 14/07/09- Alta Floresta- Cristalino

Começamos outro dia intenso preparando mochilas para passarmos dois dias na floresta Amazônica, sem saber ao certo como seria, mas com expectativas animadoras, já que seriam os dois dias em que realmente estaríamos dentro da floresta. No entanto como chegaríamos lá só no final do dia, realizamos outras atividades ao decorrer do dia.
De manhã, visitamos uma propriedade onde pela primeira vez foi visto durante a viagem um Sistema Agroflorestal, sistema produtivo que mistura floresta com espécies vegetais ou animais estratégicas tanto para o consumo do proprietário como para comercialização. No caso desta fazenda, Fazenda Caiabi, haviam muitos SAFs que misturavam gado com castanheiras, ou guaraná com cacau, café e urucum. A principal fonte de renda vinha da pecuária, no entanto o guraná também possuia parcela considerável, tendo como mercado consumidor o estado de São Paulo. O grupo que possui como temática do projeto esse tipo de sistema produtivo pôde aplicar um questionário(sendo este resgatado correndo no nosso querido ônibus que tinha ficado à meia hora de caminhada, Nara e eu fizemos um maravilhoso cooper heheh), e ter uma conversa exclusiva (na caminhonete de Sr. Alexandre Araújo, gerente da fazenda), o que possibilitou uma percepção mais real de como funcionam estas práticas, e quais os problemas que as permeiam.
Em seguida, fomos em outra propriedade, que possuía piscicultura, onde fomos recebidos calorosamente por Seu Élsio e sua esposa com um delicioso almoço e sucos refrescantes de cupuaçu e limão. Após o almoço visitamos os lagos de piscicultura, sendo um mais limpo com peixes pequenos e outro com maior quantidade de matéria orgânica para dar uma "bolada" nos peixes maiores. Depois, Élsio mostrou algumas espécies de árvores e o laboratório onde ele cria seus peixes. Paralelamente à esta atividade, o grupo do Safs, visitou um saf ao lado da piscicultura e conversou com Seu Ismael Bizi, que respondeu a outro questionário e onde pudemos ver espécies de pupunha, cupuaçu, bananeiras, mamaozeiros, etc.
No final da tarde, encontramos dois guias da Escola da Amazônia, Sílvio e Edson, e subimos em outro ônibus, que apesar de estar com todas as janelas abertas, comemos muito menos poeira do que com o outro. Depois de músicas de marchinhas, outras da França, e muito calor, chegamos na beira de um rio. Como se fosse a porta de um mundo à parte, no início do pôr do sol, e numa paisagem maravilhosa, as primeiras lanchinhas saíram com uma parte do pessoal, e voltaram depois para pegar o resto. O trajeto entre o rio e o hotel Crsitalino foi como se fosse um deleite, a natureza nos acolhendo com toda a sua pureza. No meio da floresta, a lanchinha pára, e percebemos no meio do mato algumas luzes, indícios de que o hotel era ali. Chegando no hotel, somos recebidos com um suco de maracujá gelado, nos separamos por quartos, jantamos, e tivemos algumas palestras sobre a Fundação Cristalino, a Escola da Amazônia, biodiversidade e avisos dos animais que veríamos nos próximos dias. Depois deste dia repleto de emoções e informações, alguns foram se deitar ao som das cigarras, e outros foram admirar mais um pouco a natureza observando o céu mais estrelado que existe...
Texto escrito por Clara Soler Jacq

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